24/07/10

Santiago 2010

Como explicar esta semana, em que abdicamos das nossas férias e caminhamos para Santiago, para nos encontrarmos a nós próprios ou simplesmente para conhecermos pessoas novas? Esta semana, para mim, foi além das minhas expectativas iniciais. Passou, completamente, o que eu esperava. Ver como todos se relacionavam, Porto e Cascais, juntos, num grande grupo, a conviverem alegremente. Senti-me em casa, com a minha família. Creio que nos unimos todos de tal maneira que ficamos unidos por laços de amizade e amor que nem o tempo nem a distância podem quebrar. Foi a semana mais maravilhosa da minha vida. Nunca passei por algo semelhante antes, e sentir o que sinto agora, que tudo acabou e já nos sepáramos, é completamente surreal. Sinto-me longe da minha família, e anseio pelo tempo de regressar à casa que é o Caminho de Santiago.


Quando fui para Santiago, tentei imaginar como seria. Mas tentar imaginar foi um grande erro, pois não conseguimos saber e sentir sem o experienciarmos. Fomos divididos em nove grupos, e eu fiquei no grupo 1. Ao início não gostei muito do grupo; pûs-me um pouco de pé atrás com eles. Mas assim que começámos a caminhar, senti que aquele grupo, o grupo dos 10 biscóitos, era mais que um grupo. E decerto todos se sentiram assim: orgulhosos por pertencerem aos seus grupos, quer seja o Jáli ou o 112, os Conquistadores ou outro qualquer.

Nas reflexões, aquelas secas de uma hora e meia que apanhávamos a tentar decifrar e ver para além das páginas das orações e reflexões, fiquei a conhecer melhor o meu grupo e os seus elementos. 3 deles já conhecia há algum tempo, outros cinco do Porto e uma de Cascais não conhecia, mas fiquei muito feliz por os ter conhecido. Aprendi muito com eles e espero que eles tenham tido o prazer de terem aprendido coisas comigo. Esta vivência em grupo, de fazer tudo junto, reflectirmos juntos, dá mesmo para aproximar as pessoas umas das outras. Eles foram a minha família em Santiago (não menosprezando os outros, é claro, que apesar de não serem do meu grupo também foram fantásticos).

Quando acabou, ontem, senti que ia deixar parte de mim em Santiago, e outra parte no Porto. Senti-me sobretudo feliz por ter acontecido, mas muito, muito triste por me separar de pessoas que significaram e significam tanto para mim. Hoje, quando acordei, senti-me triste por ver que estava confortavelmente instalado na minha cama, num colchão, com lençóis, sozinho no meu quarto. Fiquei ainda mais triste quando pensei que não iríamos caminhar mais, que já tínhamos chegado à meta e regressado. O meu único pensamento foi " Mas porquê?! Porque é que tinha que acabar tão cedo? " . Mas não acabou, nem demasiado cedo, nem demasiado tarde. Acabou quando foi preciso. Para mim, foi como se tivesse passado um ano com toda a gente, como se tivessem criado raízes dentro de mim. A árvore pode ter sido cortada, mas as suas raízes mantêm-se sempre dentro de mim, crescendo, lentamente, até atingirem o seu auge no próximo ano, quando vos voltar a ver a todos, no Caminho de Santiago 2011.



Até já, companheiros.

Duarte Cai- Água

11/07/10

Colors of the wind .




Have you ever heard the wolf cry to the blue corn moon
Or asked the grinning bobcat why he grinned?
Can you sing with all the voices of the mountains?
Can you paint with all the colors of the wind?
Can you paint with all the colors of the wind?