Encontro-me numa rua estreita, que se dirige a um beco sem saída. Não tenho por onde fugir, não me consigo salvar. Só penso para mim mesmo que tenho que aguentar, que sobreviver, que arranjar maneira de viver mais um dia, e de ver a sua cara outra vez. De a ver outra vez. Mas não consigo.
E ver a cara de quem?
Tantas pessoas que eu gostaria de ver naquele momento.
Mas tantas mais que eu não quero.
Ouço passos atrás de mim. Olho para trás mas não está lá ninguém. Continuo até ao beco sem saída. O que eu fiz para merecer isto? É isto a que chamam destino? Se for, então ele que venha.
Interiormente aceito o meu fim. Salto, e não vejo nada mais. Tudo se passa demasiado depressa, sinto demasiada dor e quero demasiado o fim. Fim esse que chegou no momento em que o sentido de tudo terminou. O fim estava destinado assim quando eu nasci. A minha vida foi dolorosa, e resisti até certo ponto. Até a minha loucura possuir completamente o meu corpo.
tributo a mariana, que pôs fim à sua vida na passada quinta. I'm with you.
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